Ir para o Topo

Você é educador ou educadora?

Sim

Não

Ministério da Cultura e Grupo Priner apresentam

Alto Contraste

A+ Aumentar Fonte

A- Diminuir Fonte

VLibras Acessibilidade

Revista

“Se falhar, não desista”, diz maestro atleta

 

Esqui, snowboard, canoagem, escalada, surfe… Seja nos Estados Unidos, sua terra natal, seja no Brasil, país onde vive desde 2014, não é raro ver Lee Mills praticando algum esporte de aventura.

Em seu dia-a-dia, Mills cultiva habilidades como concentração e foco, tem uma rotina intensa de ensaios e procura cuidar de sua principal ferramenta de trabalho, o corpo.

Mas os motivos passam longe do esporte: Mills é regente de uma das principais orquestras do País, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), e seu trabalho exige disciplina, altas doses de concentração e – acima de tudo – capacidade de lidar com a ansiedade em concertos e apresentações.

Antes da Orquestra Sinfônica Brasileira – onde chegou após concorrer com mais de 200 candidatos ao redor do mundo – Mills regeu importantes orquestras como a Filarmônica de Los Angeles e as sinfônicas de São Paulo, Saint Louis e Baltimore, entre outras.

Mills falou com a Revista Tuhu sobre como se prepara para a verdadeira maratona de apresentações, ensaios e estudos que a OSB exige e dá dicas para que músicos lidem melhor com o nervosismo tão comum entre os músicos de alta performance: “a chave para reduzir a ansiedade está na respiração”, diz.

Como um amante do esporte, que similaridades você vê entre um músico de alta performance e um atleta de alto rendimento no que diz respeito à preparação física?

Tem bastante similaridade entre a preparação para ser músico e para ser atleta. As duas profissões dependem do corpo, que na verdade é a ferramenta de trabalho.

Em ambos casos, a respiração, o movimento e a coordenação precisam funcionar a serviço do arte – seja uma frase de música ou um chute ao gol. O corpo precisa responder a isso, se faltar um segundo de coordenação ou respiração, a música perde a beleza, o time perde o jogo.

E do ponto de vista psicológico?

Assim como a preparação física, a psicológica é super importante para as duas profissões. Na música e no esporte você tem que fazer tudo na hora, ao vivo.

Um concerto não é algo que você possa refazer, caso aconteça uma coisa errada. O mesmo acontece com um jogo, uma competição. É tudo naquela hora e por isso você precisa estar muito relaxado, não pode estar preocupado com nada, nem estar ansioso.

E como você lida com a ansiedade antes e depois de suas apresentações? Você tem algum treinamento especial pra isso?

A melhor forma de lidar com a ansiedade é controlar a respiração e faço alguns exercícios neste sentido antes de ir pro palco. Não tenho nenhum preparo formal, mas faço um mix de yoga, técnica Alexander e meditação. E procuro deixar fora do palco tudo que não seja música.

Como é a sua rotina diária (comida, exercícios físicos, ensaios, sono, hábitos de vida etc) levando em conta o seu trabalho à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira? É difícil conduzir uma orquestra?

Os dois lados de ser músico envolvem muita concentração: seja a performance ou os estudos. E é muito importante comer bem, meu café da manhã tem sempre granola, iogurte e uma fruta – manga é minha favorita.

Eu como mais ou menos o dia todo porque, como qualquer atividade física, gasto muita energia – mas ao mesmo tempo não dá para ficar com barriga muito cheia…

Nos dias de concerto eu presto atenção especial porque é importante estar bem disposto para não atrapalhar a música. No final das contas, seu corpo é somente um meio e você tem que cuidar dele para que ele responda quando precisar!

Você tem alguma dica para dar aos músicos que querem lidar melhor com a pressão e a ansiedade?

Eu sempre falo isso: se você quiser mesmo ser músico, não desista! Ser um músico profissional é quase uma disputa de campeonato, pois o caminho não e fácil e as coisas não dão certo o tempo todo.

Você vai falhar, mas precisa usar esses momentos para aprender e se ensinar, entender porque você falhou e usar a sua prática para corrigir. Se você for disciplinado e sempre continuar, sem desistir, você vai conseguir!

Finalmente, como é trabalhar com música em um país como o Brasil? Como está sendo esta experiência até agora?

A música do Brasil é realmente uma joia! O país é famoso no mundo inteiro por causa do samba, mas também tem muita musica orquestral – que é lindíssima!

Eu amo meu trabalho, amo aprender música brasileira inclusive conhecendo os compositores vivos que moram aqui no Rio! É uma cultura vibrante, e todo mundo deveria se interessar por ela.

Foto em destaque: Lee Mills/Divulgação

Faça Parte

Inscreva-se para ver primeiro todas as novidades do Brasil de Tuhu.

Política de Privacidade do site

Patrocínio  

Copatrocínio  

Realização